Preso na última quinta-feira (8) por suspeita de envolvimento na morte do enteado, Henry Borel, de 4 anos, o vereador Dr. Jairinho tentou desmerecer e constranger testemunhas do processo. Uma das ex-namoradas do vereador, que prestou depoimento afirmando que a filha já foi agredida por ele, teve fotos íntimas divulgadas pela defesa de Jairinho.
Em uma das imagens, a mulher aparece nua, com a legenda: “Sou de Bangu e vereador Jairinho botou peito em mim”. Era uma referência ao fato de, no mesmo depoimento, ela ter afirmado que foi o então namorado quem pagou pelo procedimento de aplicação de silicone.
A defesa de Jarinho também compartilhou vídeos em que funcionários do vereador tentavam desqualificar a mulher.
“[A ex-namorada] disse pra muitas pessoas que estava com ele pro causa do dinheiro dele, isso a gente já sabe. Agora não entendo, [há] mais de oito anos isso, a pessoa vir a público agora dizer uma coisa dessa… Agora disse que tinha medo dele?”, disse um dos funcionários sobre a mulher.
Quando o pai de Henry, Leniel Borel, pedia explicações sobre o caso, o advogado de defesa de Jairinho chegou a dizer que as testemunhas foram plantadas por ele.
“Ele não consegue aceitar que o casamento chegou a fim, as apurações aqui são sérias”, disse o advogado André França Barreto, sobre Leniel.
Nem o delegado responsável pelas investigações escapou dos ataques. Ao ver que a investigação avançava, Jairinho tentou na justiça mudar a delegacia responsável pelo caso – da 16ªDP (Barra da Tijuca) para a Divisão de Homicídios.
Tentativas de evitar corpo no IML
Em depoimento à polícia, o vereador disse que quando soube da morte de Henry ficou chocado, já que “tinha certeza que voltaria com o menino para casa”.
Mas outros testemunhos mostram que, logo depois de saber da morte, Jairinho tentava evitar que o corpo de Henry fosse para o Instituto Médico Legal.
Um executivo da área de saúde afirmou à polícia que recebeu mensagens e ligações do vereador durante a madrugada do dia 8 março e que às 7h18 da manhã decidiu atender.
Segundo o executivo, na ligação, Jairinho falou da morte do enteado em tom calmo e tranquilo; sem demonstrar qualquer emoção.
Eles desligaram e Jairinho voltou a mandar mensagem. Deu o nome do menino e pediu: “Agiliza. Ou eu agilizo o óbito. E a gente vira essa página hoje”. Jairinho, segundo o executivo, disse ainda: “Vê se alguém dá o atestado. Pra gente levar o corpinho. Virar essa página”.
Jairinho também tentou liberar rapidamente o corpo depois que ele chegou ao IML. Ligou para pessoas da polícia e da área da segurança e até pro governador em exercício, Claudio Castro.
Cláudio Castro contou a amigos que na conversa Jairinho perguntou sobre as investigações. O governador disse que se limitou a explicar que o assunto seria tratado pela delegacia responsável.
Quando a influência política falhava, testemunhas dizem que Jairinho usava da violência. Uma ex-namorada de jairinho disse ter sofrido ameaças para manter o silêncio diante das agressões, mesmo depois do fim do relacionamento.
As informações são do G1.
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