As medidas econômicas adotadas pelo governo federal pouco antes do início da campanha eleitoral, como o aumento do valor do Aixilio Brasil para R$ 600 e a redução do preço dos combustíveis são uma das principais esperanças da campanha de Jair Bolsonaro(PL). Mas, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, a maioria da população parece identificar que as políticas foram adotadas mais de olho na eleição do que para melhorar a vida das pessoas.
Segundo o levantamento, 62% acreditam que as decisões foram tomadas para ajudar na eleição de Bolsonaro, enquanto 33% dizem que são para "ajudar as pessoas". O resultado acontece no momento em que a avaliação do governo está em curva ascendente, com o crescimento do número de pessoas que aprovam o governo, mas que ainda não se refletiu nas intenções de voto do presidente. Em outras palavras: Bolsonaro ainda tem dificuldade para transformar a diminuição da rejeição ao seu trabalho em votos.
Isso se reflete quando identificada a intenção de voto entre quem acha que as medidas econômicas são eleitoreiras. Entre os entrevistados que dizem preferir Lula da Silva(PT), 84% acham que o aumento do Auxílio Brasil e a redução do ICMS dos combustíveis são para ajudar Bolsonaro, não as pessoas. Já entre os eleitores de outros candidatos, esse número é de 82%. A situação se inverte entre aqueles que já são eleitores de Bolsonaro: 70% acham que o presidente está pagando mais aos beneficiários do programa de transferência de renda para ajudar as pessoas.
No cenário atual, se todos os eleitores que não votam em Bolsonaro mas acreditam que ele adotou as medidas para melhorar a vida da população mudassem de lado, o atual presidente empataria numericamente com Lula no primeiro turno. Dados da Quaest, entretanto, indicam que essa transferência de votos não será tão rápida: em relação à pesquisa anterior, por exemplo, Lula cresceu cinco pontos percentuais entre os beneficiários do Auxílio-Brasil.
Pesquisa Genial/Quaest indica que a maioria dos eleitores enxerga medidas econômicas como vinculadas à eleição
A pesquisa foi feita entre 11 e 14 de agosto e captou o início do pagamento do Auxílio Brasil com novo valor, que começou no último dia 9. Segundo a Genial/Quaest, após o início dos pagamentos, no último dia 9, a intenção de voto no ex-presidente Lula cresceu, de 52% para 57% entre os beneficiários, enquanto a do presidente Bolsonaro oscilou negativamente um ponto, indo de 29% para 27%.
A Quaest ouviu 2.000 eleitores entre os dias 11 e 12 de agosto. A margem de erro da pesquisa é dois pontos percentuais para mais ou para menos e um intervalo de confiança de 95%.
A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-01167/2022.
Fonte: O Globo
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