Voar para proteger e salvar”. Sob o lema, há quase 30 anos a Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) cruza os céus do Ceará para proteger a população. Neste dia 29 de junho, Dia da Aviação de Segurança Pública, a secretaria destaca o trabalho técnico, especializado e operacional realizado pelos agentes de Segurança Pública que patrulham o nosso estado lá do alto.
Atualmente a coordenadoria conta com um total de dez aeronaves operando em todo o estado – sendo nove helicópteros e um avião -, e, somente neste ano, foram realizadas 1.132 horas de voo. Além disso, além da sede da Ciopaer na Capital, que fica na área do Aeroporto Internacional de Fortaleza e onde fica localizado o comando da coordenadoria, a Cioaper também conta com bases instaladas nas cidades de Juazeiro do Norte, Sobral, Crateús e Quixadá.
A última base instalada da coordenadoria foi no município de Crateús, inaugurada em dezembro de 2021. Essa expansão nos locais com atuação aérea da Ciopaer possibilita a redução do tempo de atendimento às ocorrências. Estando com todas as suas bases ativas, é possível que as aeronaves atendam a qualquer ocorrência, em qualquer cidade do Ceará, em uma média de até 30 minutos.
Mas a utilização das aeronaves vai muito além da ocorrência policial. As aeronaves da coordenadoria especializada participam de resgates aeromédicos, patrulhamento rotineiro, apoio às comunidades isoladas e, durante a pandemia da Covid-19 no Brasil, foram responsáveis por realizar o transporte de vacinas e insumos.
Para esta data, a SSPDS produziu um episódio especial do “Repórter SSPDS” mostrando com detalhes o trabalho da coordenadoria. O episódio está disponível no canal do YouTube da SSPDS:
Trabalho integrado
Como uma coordenadoria da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a Ciopaer já nasceu com DNA de integração. Hoje, todos os pilotos, copilotos, tripulantes operacionais e mecânicos lotados na coordenadoria são oriundos da Polícia Militar do Ceará (PMCE), da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE). Além dos agentes das Forças de Segurança, a coordenadoria conta também com o trabalho de profissionais do Samu Ceará.
Treinamentos e capacitações
A Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) é, em sua essência, uma unidade multimissão. Com a presença de agentes de diversas Forças de Segurança do Estado, a coordenadoria atua em diversas missões, sejam ocorrências policiais, missões de defesa civil e missões de resgate, além de atuar em apoio ao Corpo de Bombeiros e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em ações de socorro aeromédico.
E para garantir o alinhamento e padronização no trabalho de todos os envolvidos, tanto dos agentes de Segurança Pública que já atuam diretamente na Ciopar ou dos integrantes das Forças de Segurança escalados para alguma ocorrência em que necessite do uso da aeronave, são realizados cursos e treinamentos específicos para diversas situações. Situação essas que, ainda que possam parecer muito surpreendentes, são reais e necessárias para salvar uma vida ou capturar um suspeito de praticar algum crime.
O comandante da Ciopaer, coronel PM Marcus Costa, destacou o treinamento contínuo e ressaltou a parceria com a Academia de Estadual de Segurança Pública (Aesp/CE) para a elaboração de cursos especializados. “Esses treinamentos são extremamente importantes porque em algum momento, na prática, na defesa da sociedade cearense em prol da nossa segurança pública, esse conhecimento adquirido vai ser utilizado. E é muito importante para nós da Ciopaer termos esse estreitamento com as vinculadas da SSPDS, especialmente na parte de treinamento e é claro que a Aesp, a nossa Academia de Estadual de Segurança Pública, é sempre o link entre a Ciopaer e as vinculadas na parte de capacitações”, afirmou.
O coordenador da Ciopaer listou os principais treinamentos realizados pela coordenadoria em conjunto com equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE).
“Por exemplo, os mergulhadores do Corpo de Bombeiros fazem treinamento conosco, tanto do Curso de Mergulho Autônomo (CMaut) como de outros cursos específicos, fazendo técnicas como a de saída da aeronave direto para a água, porque isso pode ser uma necessidade real em alguma ocorrência. Os mergulhadores, eles precisam também saber como se posicionar dentro da aeronave, como ancorar o seu material quando for preciso levar uma equipe de mergulho para o interior para alguma ação”, pontuou.
“Tem também treinamento com o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da PMCE, nesse mês de junho nós transportamos uma equipe explosivista do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope/PMCE) para o interior do estado para detonar um artefato explosivo. Então o pessoal do Bope já no seu curso de formação tem contato com a aeronave para saber como embarcar, como se procede em termos de aeronave, com os procedimentos que devem ser realizados para a ancoragem de material”, destacou o comandante.
“Já fizemos ações com a Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil para prender determinados alvos do interior do estado em que a equipe de policiais foi transportada dentro da aeronave e teve que desembarcar com a aeronave sem tocar no solo. É uma técnica bem especial que foi repassada pelos nossos operadores ao efetivo da Core. Todas essas situações específicas de cada voo são repassadas para as equipes das Forças de Segurança durante esses treinamentos”, concluiu o coronel Marcus Costa.
Manutenção e cuidados
Cada decolagem só é possível com planejamento e manutenção. Antes de cada voo, a equipe do Controle Técnico de Manutenção (CTM) da coordenadoria realiza a checagem de tudo nos mínimos detalhes: fluidos de óleo, níveis de combustível, estrutura e carenagens, além dos sistemas eletrônicos, de navegação e comunicação, tudo precisa estar operando perfeitamente. Para isso, além da preocupação com as técnicas de voo, a Ciopaer precisa se preocupar também com a rotina de manutenção das aeronaves.
“Diariamente, toda aeronave que vai entrar em operação ela é submetida a um serviço chamado ‘Pré-voo’, em que o mecânico vai fazer toda uma checagem dos sistemas dessa aeronave, se as carenagens estão corretamente fechadas, se os fluidos de óleo estão no nível certo. Então é esse o serviço da nossa manutenção que é feito até determinado nível pela própria Ciopaer, por meio dos seus mecânicos, e em níveis acima por uma empresa contratada”, ressaltou o comandante da Ciopaer, coronel Marcos Costa.
A rotina de manutenção das aeronaves pode acontecer por tempo de voo, de acordo com a quantidade de horas voadas por cada aeronave, onde cada componente é submetido a uma determinada inspeção ou substituição. Além disso, a cada seis meses as aeronaves passam por intervenções específicas pelo Controle Técnico de Manutenção. A cada voo em que a aeronave realiza é controlado a quantidade de horas voadas no registro daquela determinada aeronave, onde é identificando quais são os componentes que precisam ser submetidos a inspeções.
“Outra manutenção que realizamos nas aeronaves é a chamada corretiva ou de discrepâncias. Ou seja, são panes ou problemas de componentes que podem dar algum mau funcionamento. Tivemos recentemente que realizar um trabalho de manutenção em um radar de uma aeronave S145. Um radar que identifica nuvens muito pesadas e identifica embarcações também. E nessa funcionalidade de embarcações ele estava apresentando um mau funcionamento, então foi trocado um componente e depois foi testado. Então isso é a intervenção que a manutenção faz”, pontuou o comandante.
“E a manutenção é fundamental para nós. Não é à toa que outras unidades aéreas como a Esquadrilha da Fumaça chamam os mecânicos de anjos da guarda, porque de fato são. Afinal, essas aeronaves só podem sair daqui com segurança do solo, já que é com o trabalho da manutenção sendo bem executado, bem feito. A manutenção prepondera sobre a operação. Se a manutenção disser que aquela aeronave não deve executar uma determinada missão naquele momento, a missão não será executada em prol da manutenção”, concluiu o coronel Marcus Costa.
Ações exitosas
Uma outra vertente de atuação da Ciopaer é o serviço aeromédico que está prestes a completar 11 anos de funcionamento. A atividade é fundamental para situações como as operações de busca e salvamento em locais de difícil acesso, transferência de pacientes graves para grandes hospitais e em ocorrências chamadas tempo dependentes, ou seja, quando o estado de saúde da pessoa tende a piorar drasticamente com o passar do tempo, como é o caso de vítimas de politraumatismo, infarto e AVC.
Em ações distintas realizadas em abril deste ano, a Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), da (SSPDS), com apoio do Samu Ceará, realizou o transporte aeromédico de dois pacientes para unidades de saúde nos municípios de Barbalha (AIS 19) e Fortaleza. Durante o trajeto, os pacientes receberam todo o suporte médico necessário.
Em fevereiro, a Ciopaer prestou auxílio à Polícia Rodoviária Federal (PRF-CE), em uma apreensão de 1.520.000 cigarros contrabandeados. A ação ocorreu na cidade de Caucaia, que pertence à Área Integrada de Segurança 11 (AIS 11) do Estado.
Segundo com a missão de realizar um atendimento ágil na condução de pacientes de alta complexidade, ainda no início deste ano a coordenadoria especializada da SSPDS atuou no transporte de gêmeos recém-nascidos do município de Iguatu (AIS 21) para uma maternidade em Messejana, na Área Integrada de Segurança 6 (AIS 6) de Fortaleza.
Fonte: SECOM
