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11 de jun. de 2022

Aporte do Castanhão dispensa águas do São Francisco

Em 2022, as chuvas intensas e muito bem distribuídas contribuíram para a elevação do nível de importantes açudes cearenses, como o Orós e o Castanhão, o maior reservatório cearense e responsável pelo abastecimento de mais de 4 milhões de pessoas.

O gigante das águas mais que duplicou de volume em menos de 5 meses e conquistou uma respeitável autonomia não saboreada há, pelo menos, sete anos.

O titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) do Estado, Francisco Teixeira, explica que, agora, o Castanhão com seus 24,2% não possui, atualmente, qualquer dependência das águas da Transposição do Velho Chico.

Neste ano, o Castanhão recebeu apenas 70 milhões de metros cúbicos advindos do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf). Diante do volume reduzido transposto, Teixeira revela que, agora, a tendência é que a vazão reduza para os próximos anos. 

"No ano de 2022, houve transferência de água do Castanhão para RMF apenas no mês de fevereiro, com volume em média 10m3/s., e desde o final do referido mês não houve nenhuma outra transferência de água do Castanhão para a RMF", detalhou Teixeira. Desta forma, nos demais meses deste ano, a água que chegou via transferência do Pisf ficou armazenada no reservatório.

A consequência direta disso é a manutenção da capacidade de armazenamento do Açude. Com o atual volume, "a garantia de abastecimento para os próximos dois anos".

Quando questionado se o Castanhão pode se considerar total independente da Transposição, Teixeira reconhece os bons aportes conquistado deste ano, mas, mantém cautela ao dizer que "é preciso observar as próximas quadras chuvosas".

A vazão de transferência, que aponta para tendência de redução dado ao atual bom cenário, é "sempre discutida com o Ministério do Desenvolvimento Regional e a Agencia Nacional de Águas", acrescenta o titular da SRH. As águas do Rio São Francisco começaram a ser transpostas ao Ceará em junho de 2020, há exatos dois anos. À época, o Castanhão tinha somente 15% de volume armazenado, conforme dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). 

Um ano depois, o volume caiu para 12%, devido a paralisação da transferência hídrica. O ano de 2022 começou com cenário delicado para o Castanhão, com somente 8% de volume armazenado.

Com este índice, haveria risco de complicação no abastecimento para a Região Metropolitana de Fortaleza e as regiões do Baixo e Médio Jaguaribe caso não houve recarga satisfatória.

Tal recarga era esperada da Transposição, no entanto, a quadra chuvosa benevolente deste ano mudou essa perspectiva. "O PISF foi concebido para efetuar a transferência de água para o Castanhão e, no futuro, para o Orós, de modo a garantir segurança nos anos de maior escassez hídrica", detalha o secretário.

Em 2022, a vazão enviada do Velho Chico ao Castanhão era de 10m³/seg, "mais ou menos a mesma quantidade de água que é utilizada em Fortaleza. E, neste começo de ano, apenas em fevereiro a Capital utilizou água vinda da Transposição", acrescentou, reforçando a ruptura da dependência do maior açude cearense ao Pisf.

Fonte: SRH

Um comentário:

Anônimo disse...

Acredito que esse volume de 25% é estrategicamente maquiado. Para que todo cidadão tenha a conciencia perene que água é assunto sério, e Responsabilidade de todos. Usar sempre com Responsa bilidade